segunda-feira, 13 de julho de 2009

Fantasias. Quem não tem?

Artigo
As fantasias são comuns aos seres humanos e, sendo a sexualidade uma das partes mais importantes da vida, não poderiam deixar de estar presentes também neste setor. De acordo com os estudiosos, existem pelo menos três significados distintos para o termo fantasia: sonho, imaginação e devaneio. Quando o assunto é sexo, toda fantasia é uma espécie de devaneio.
“Devanear sobre sexo nada mais é do que um recurso natural para alcançar o prazer sexual combinando o corpo e a mente. Como não se pode separar o corpo da mente, toda fantasia sexual é considerada uma reacção psicossomática”, explica a psicóloga Sandra Baptista, doutora em sexologia.

Mas, afinal de contas, qual o sentido desse tipo de fantasia? De acordo com a especialista, a fantasia sexual possui vários objetivos distintos:

1- Aumentar o prazer da atividade sexual;
2- Funcionar como substituto da experiência real (muitas vezes inacessível);
3- Induzir à excitação ou ao orgasmo;
4- Funcionar como ‘ensaio mental’ para experiências sexuais posteriores;
5- Fornecer um meio seguro e controlado de experimentar o sexo sem culpa ou constrangimentos.

Alguns terapeutas utilizam as fantasias como um recurso terapêutico auxiliar nos processos de disfunção sexual. Assim, os pacientes são capazes de tornar a vida sexual mais excitante, divertida e, sobretudo, diferenciada das outras rotinas normais da vida.

“Muitas vezes observamos que o baixo desejo sexual é decorrente de pouca ou de nenhuma fantasia na vida das pessoas”, explica Sandra Baptista. “A terapia ajuda a incentivar o desenvolvimento das possibilidades de criar, de imaginar e de brincar sobre situações prazerosas com liberdade e segurança. Esse recurso é eficaz também nos tratamentos de anorgasmia (falta de orgasmo) da mulher e de inibição de desejo tanto de homens quanto de mulheres”, acrescenta. As fantasias sexuais ajudam o indivíduo a focalizar seu corpo e suas sensações e, ainda, a aprimorar a experiência sexual em si mesma.

Fantasiar ou não fantasiar: eis a questão

De acordo com a sexóloga Sandra Baptista, uma relação sexual pode ser tão boa na milésima vez quanto na primeira. Tudo depende da capacidade criativa do casal. Para muitos parceiros, depois de algum tempo o sexo transforma-se num ritual monótono, sempre iniciado com os mesmos sinais e afagos. “Fazer amor desta forma pode ser confortável e até mesmo agradável, mas escapar da rotina pode ser ainda mais excitante para o casal. Muitas vezes um novo sabor, um som, uma visão diferente, um toque especial, um aroma agradável, uma mudança de posição podem proporcionar uma gostosa fantasia sexual”.

Além disso, fantasiar não significa, como muitos imaginam, fazer sexo de modo primitivo ou selvagem. Também não exige que os parceiros saiam numa busca alucinada por acessórios exóticos vendidos nas sex shop. “Procurar novos apetrechos pode até ser bem divertido, mas o principal recurso que a fantasia sexual proporciona é a exploração das sensações naturais do corpo de uma forma lúdica e criativa.”

Por trás das fantasias sexuais
A fantasia sexual, na verdade, é uma mensagem que merece ser descodificada. “Quem fantasia está, muitas vezes, desejando o afeto que a pessoa ou as pessoas de seu devaneio simbolizam”, esclarece a sexóloga. “Também representa a vontade de obter o efeito que ela proporciona, tornando a relação a dois mais gostosa e excitante”, ressalta Sandra Baptista. O aspecto mais interessante da fantasia é que ela concede a homens e mulheres a liberdade para experimentar várias situações sexuais além do limite da realidade.
Sozinha ou bem acompanhada
Uma fantasia sexual não precisa ser necessariamente compartilhada com o parceiro. Há quem prefira não dividir seus pensamentos com o outro, por receio de ser mal interpretado ou de ferir o amor próprio do parceiro. Assim, a fantasia sexual acaba reservada para uso exclusivo. Mas compartilhar as fantasias abertamente pode ser interessante em muitos aspectos. “O importante é que não se imponha ao outro uma fantasia que não lhe pertence, evitando-se constrangimentos desnecessários”, avalia Sandra.

Segundo a especialista, o segredo da felicidade é permitir a si mesmo criar, sem cair na armadilha da auto-censura. Por meio desta permissão pessoal, fica mais fácil entender também as fantasias do parceiro, sem encará-lo com a incredulidade de um marciano. Afinal de contas, a fantasia significa desejo, vida e vontade de realizar. “Nesse sentido, as fantasias sexuais não têm limites. E não há nada mais revigorante do que viver as boas fantasias na vida real – especialmente entre quatro paredes”, conclui a sexóloga.
Beijos delicinhas

2 comentários:

Jake disse...

Fantasia é sempre bom néh..apimenta a relação!
beijos

My Fantasy disse...

Se podemos tomar consciência e controlo das nossas fantasias ou pelo menos tornar-se mais consciente dos mesmos, então penso que podemos viver mais satisfeitas e ter vidas mais criativas.

Usamos a fantasia a todo o momento, mas na maioria dos casos não nos apercebemos de que estamos a fazê-lo. Carregamos nas nossas mentes muitas fotos de como o mundo é e como queremos que o mundo poderia ser. Só temos é que no libertar...

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